Familiares cobram respostas 15 dias após desaparecimento de homens que viajaram ao PR para cobrar dívida: 'A gente se sente incapaz'
Desaparecimento de quatro homens no Paraná completa 15 dias sem pistas As famílias de dois dos quatro homens que desapareceram em Icaraíma (PR) após saírem...

Desaparecimento de quatro homens no Paraná completa 15 dias sem pistas As famílias de dois dos quatro homens que desapareceram em Icaraíma (PR) após saírem para cobrar uma dívida pedem respostas das autoridades policiais. Três deles viajaram de São José do Rio Preto (SP) com destino ao Paraná, onde encontraram o quarto homem, que também sumiu. Eles estão incomunicáveis desde 5 de agosto. 📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp Nesta terça-feira (19), as esposas de dois deles, que pediram para não serem identificadas pela reportagem, foram à Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto. Segundo o boletim de ocorrência, as vítimas — Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso — viajaram de São José do Rio Preto até o Paraná para cobrar uma dívida. Eles foram contratados por Alencar Gonçalves de Souza, que é morador da região de Icaraíma e também está desaparecido. Diego Henrique Afonso (à esquerda), Robishley Hirnani De Oliveira (ao fundo) e Rafael Juliano Marascalchi (à direita) saíram de São José do Rio Preto (SP) Arquivo pessoal Antonio Buscariollo, de 66 anos, e o filho dele, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22 anos, estão foragidos por serem suspeitos de planejar uma emboscada contra os quatro homens. Atualmente, o caso é tratado como homicídio devido à falta de comunicação e à forma como ocorreu o sumiço das vítimas. De acordo com o delegado do Paraná Gabriel Menezes, a polícia considerou pai e filho suspeitos depois que eles prestaram depoimento na delegacia e, ao serem liberados, os dois e toda a família desapareceram. Alencar Gonçalves de Souza está desaparecido Arquivo pessoal Em entrevista à TV TEM, uma das mulheres diz se sentir impotente ao ver os dias passarem e não ter resposta sobre o paradeiro dos homens. "Tem sido angustiante, a gente se sente incapaz por meio das autoridades, porque é uma omissão de socorro. Não existe crime perfeito e, sim, omissão por parte das autoridades, e o estado do Paraná não tem colaborado. Fugiu a família, eles fugiram em 12 pessoas em um caminhão, um Honda Civic e um carro preto. Foi visto no estado de São Paulo, em Dracena, que um advogado fez uma denúncia. Eles não pediram apoio para a nossa cidade, então... a gente se sente incapaz." Mulher de um dos homens desaparecidos no Paraná Reprodução/TV TEM Antonio e Paulo foram encontrados na propriedade rural onde as vítimas teriam desaparecido. Eles chegaram a prestar depoimento e, depois, fugiram na companhia de 12 familiares. Até esta terça-feira, a investigação da polícia paranaense apontou que: Os quatro homens podem ter sido vítimas de uma emboscada; Sofreram um atentado supostamente por membros da mesma família. Diante desses indícios, foi solicitada a prisão temporária de Antônio e Paulo, que continuam foragidos. Em 8 de agosto, um carro que pertence à família dos suspeitos foi encontrado e apreendido. O veículo foi levado para a perícia e, segundo o delegado, o objetivo é procurar possíveis vestígios dos desaparecidos. A investigação apurou que a dívida que foi cobrada é de R$ 255 mil, referente a uma compra de propriedade. Alencar fez a venda, mas o comprador, registrado no cartório, não pagou as dez notas promissórias de R$ 25,5 mil. Esse homem não teve o nome divulgado. Robishley Hirnani, Rafael Juliano e Diego Henrique foram contratados por Alencar para cobrar a dívida. Outra mulher, que passou uma semana no Paraná fazendo as buscas pelo marido e pelos outros três homens, diz que, depois que a polícia suspendeu os trabalhos, não sabe a quem recorrer. "Disseram agora que vão ser feitas as investigações e, somente com algo preciso, eles vão se deslocar para ir atrás. Nenhuma pista, muito estranho", comenta. O g1 tenta contato com a polícia do Paraná para obter um posicionamento sobre as reclamações feitas pelas esposas das vítimas em relação às investigações. Mulher de um dos homens desaparecidos no Paraná Reprodução/TV TEM Inicialmente, foi declarado no registro do boletim de ocorrência do desaparecimento que o valor da dívida seria de R$ 1 milhão. Contudo, o valor de R$ 255 mil foi confirmado durante a investigação. O delegado responsável pela Deic de Rio Preto, Roberval Macedo, diz que vai encaminhar o pedido dessas mulheres para as autoridades do estado vizinho. "Nossa legislação vigente diz que a autoridade do local do fato que faz a investigação, mas isso não impede que a gente faça algumas diligências", esclarece. Roberval Macedo é delegado da Deic em São José do Rio Preto (SP) Reprodução/TV TEM Em imagens registradas por volta das 10h de 5 de agosto, os quatro aparecem conversando no balcão da panificadora, em Icaraíma. Depois disso, as vítimas não foram mais localizadas. Apesar de a investigação apontar que os quatro homens estão mortos, as esposas de dois deles dizem ter esperança de encontrá-los com vida. "Eu tenho esperanças, porque acredito que ele está escondido... Eu acho que tem mais gente envolvida por trás e por isso que até agora ele não apareceu, que ele está escondido", disse uma das mulheres. "Eu não consigo sentir ele morto. Eu ainda sei que tem essa possibilidade. Falar que está, não sei, mas meu coração fala que está", confessou a outra. Quem são os suspeitos Segundo a Policia Civil, Antonio possui antecedente criminal por posse ilegal de arma de fogo. Ao contrário do pai, Paulo não tem passagens pela polícia. De acordo com o portal Divulga Cand, nas eleições municipais de 2024, Antonio se candidatou a vereador de Icaraíma, pelo Partido Social Democrático (PSD), mas não foi eleito. Nas eleições de 2020, ele ficou como suplente, mas não chegou a atuar na Câmara. A família dos suspeitos também é proprietária de um pesqueiro no distrito de Vila Rica do Ivaí, área rural de Icaraíma. 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